sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Daqui alguns anos você irá esquecer boa parte das coisas que viveu, principalmente daquelas que não tem foto, mas que você guarda com carinho no coração. Quando essa época chegar, você irá viver simplesmente de lembranças.  Então comece a se perguntar, de quais lembranças você quer viver? Dos beijos que deixou de dar, dos abraços que deixou de sentir, das cartas que não escreveu, das coisas que deixou de falar? Talvez o que você acredita ser sem importância é o que a outra pessoa mais está esperando para ouvir ou sentir. Como já diz o ditado, não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje! Ria com seus amigos, diga a eles o quanto eles são importantes na sua vida, faça alguém se sentir especial...

Assim, quando você estiver triste, precisando de um elogio qualquer alguém vai te surpreender e vai te mostrar que você também é uma pessoa importante. Pense no quanto a vida é curta e no quanto você pode estar perdendo por não fazer o que deveria ser feito, não dizer o que deveria ser dito e tudo isso por medo do que pode acontecer ou por orgulho. Deixe de lado todas essas barreiras, todos esses obstáculos e viva a sua vida! Viva o que foi proposto por Deus para ser vivido por você. Ninguém pode viver a vida de ninguém, e ninguém vai fazer por você o que VOCÊ deveria fazer.

Acima de tudo, trate bem os seus pais, pois foram eles que criaram você, eles sacrificaram alguma coisa em algum momento por você, eles amaram você mesmo quando você bateu a porta na cara deles e vão continuar amando você sempre. Amor e amizade de pai e mãe você não encontra em nenhum outro lugar, então valorize os seus para não se arrepender um dia.

Quando estiver amando alguém, não deixe que coisas simples, desentendimentos bobos e brigas desnecessárias atrapalhem vocês. Muitos problemas, talvez a maioria deles, podem ser resolvidos com diálogo. Então não deixe que pequenas coisas mal resolvidas virem um problema gigante e te impeçam de amar, afinal de contas, porque deixar um sentimento tão verdadeiro ser apagado, levado e esquecido por algo invisível, por uma grande parede de NADA?! Quando você perceber que alguém ama você de verdade, mas que talvez essa pessoa não se encaixe nos seus "padrões" dê uma chance a ela. Deixe ela te mostrar que talvez o que você pensava ser nada, um dia pode se transformar no seu tudo. Dê chances, acredite no destino e nos acontecimentos. Nada é por acaso.

Tente tudo novamente, se arrependa, erre, acerte e VIVA! Não perca tempo pensando no passado, pois ele não volta e você não pode fazer nada para mudá-lo, e também não fique preso a ideia que tudo se realizará do jeito que você imagina ou quer no futuro. O futuro pode ser tarde de mais. Pode estar tarde para fazer o que deveria ser feito. Quem faz o seu futuro é você, quem escolhe o seu caminho é você. Deus coloca as ferramentas e materiais para você escolher, mas quem faz acontecer, quem produz tudo é você. Seja esperto para saber usar cada ferramenta que foi colocada para você, pois um dia Deus pode ver que você não dá valor e importância a uma certa ferramenta e que ela esta esquecida e encostada em um canto, e pega-la de volta.

Talvez você não dê falta dessa ferramenta na hora, mas um dia com certeza você vai precisar dela e vai ver o quanto foi desatento e pouco esperto ao ponto de fazer ela mudar de dono. Pense que ela poderia ter sido importante se você tivesse dado o devido valor, poderia ter te ajudado a construir coisas diferentes e até melhores. Seja grato a Deus sempre e saiba usar as suas "ferramentas"! Não fique esperando que tudo aconteça do seu jeito, pois nada é perfeito sempre, e você pode estar perdendo tempo ou pior, deixando passar a sua própria felicidade. Seja dono dos seus atos e faça tudo acontecer da melhor forma para você e para as pessoas com quem vive! =D

Marina Soares.

sábado, 10 de setembro de 2011

E eu sempre vou te amar

Sinto o vento tocando meu rosto. O vento que parece soprar de todas as janelas abertas da casa vazia. É aquele vento frio que traz as lembranças de um tempo que não volta, que traz a lembrança da verdadeira solidão que me encontro. Mas esse vento é o mesmo que faz eu me lembrar de que estou viva, enquanto sentada no peitoral da janela olho para tudo a minha volta e não consigo enxergar nada.

E o vento tenta mais uma vez me despertar da inconsciência entrando forte pela janela que estou sentada e atravessando a casa, fazendo tocar um delicado sino de vento que fica na varanda. O som agradável consegue despertar a minha curiosidade e com um pulo, agora quase consciente, eu desço da janela para ir ao encontro daquilo que me chamou atenção.

Ao chegar à grande varanda vazia, que dava para a frente da casa, tive uma grande surpresa. Precisei de um minuto ou quem sabe ate dois para tentar entender o que estava acontecendo. Senti a adrenalina jorrando em meu sangue como se estivesse diante de um perigo inestimável. Meu corpo ficou paralisado, não conseguia mover um músculo e nem sequer piscar. Estava pronta para lutar, mas eu mal sabia que essa luta era interna, era a luta contra os meus próprios sentimentos.

Eu costumava dizer que o mundo poderia girar quantas vezes quisesse, mas que eu sempre estaria de volta ao mesmo lugar, amando e admirando a mesma pessoa. Quando não se tem experiência é possível dizer absurdos que só serão notados mais tarde, mas dessa vez eu não estava errada. Já estava destinada a viver sonhando com o que um dia poderá se tornar realidade e tentando aprender a viver com os pés no chão, bem longe das ilusões para não me frustrar com meus sonhos não realizados.

Enquanto estava parada analisando cada detalhe do rosto, do corpo até mesmo da postura já conhecida o vento de novo soprou e me despertou, fazendo tocar o sino de vento mais uma vez. Naquele cenário perfeito de fim de tarde, somente ao som do sino de vento suave e das folhas secas se arrastando pelo chão eu me dei de cara com quem eu fui obrigada a tirar da minha vida, mas que insistia em morar nos meus pensamentos e eternamente no meu coração.

Lá estava ele novamente, em pé com um braço atrás das costas escondendo algo, o outro esticado me chamando ao seu encontro. E eu continuava imóvel como se não fosse nunca mais me mexer. Olhava a mão esticada sem saber com que propósito ele fazia aquilo. Na verdade eu estava com raiva. Estava com muita raiva porque tinha milhões de perguntas para fazer, porque tinha tantas coisas para esclarecer, mas sabia que talvez não lhe interessasse, talvez ele não quisesse ouvir meus devaneios.

Quebrando então a corrente de pensamentos insanos que tomavam a minha mente ele deu um passo a frente e sorriu. Seu sorriso foi tão sincero que teve som, o som que eu conhecia o som que eu adorava ouvir quando o fazia rir, o som que eu não escutava mais. O rosto de menino não escondia a seriedade do que viera fazer ali. Estava diante de um homem, um homem com decisões tomadas.

Percebendo a minha fragilidade mental naquele momento e a ausência de movimentos ele deu os seis intermináveis passos que nos separavam e parou na minha frente, olhando profundamente nos meus olhos e tentando achar um motivo para a minha "ausência espiritual". Passou delicadamente e demoradamente as costas da mão livre no meu rosto fazendo meus olhos fechar, meu rosto tombar e pegar a sua mão. Por um impulso afetivo eu agarrei com a mão que não estava na dele a sua cintura e apertei o pano leve da sua blusa xadrez. Olhando fixamente o brilho dos olhos que eu já conhecia e finalmente saindo do estado de choque eu perguntei: "- Por que...?".

Então ele fez um som que reprimia minha pergunta e anulava qualquer resposta que viesse a dar, com o que me pareceu um xiiu, ele calou minha boca com um dedo e fez um movimento com o braço que até então estava escondido atrás das costas. Colocou na minha frente o que eu menos esperava o que eu mais esperava para receber. Um buque de flores. Apesar de nunca ter recebido um, aquele sem duvidas era o mais lindo de todos. Havia rosas vermelhas, orquídeas roxas, chuva de prata, lírios com nuances rosa... Perfeitamente perfeito. E depois de me deixar analisar a beleza do presente ele pegou uma das minhas mãos e disse: "- Eu estou aqui!"

Foi tudo um sonho. Antes de acordar olhei mais uma vez seu rosto, agora carinhoso e disse com toda coragem e sinceridade o que eu sabia que poderia não ter mais a oportunidade de dizer, mesmo em um sonho: "-... E eu sempre vou te amar".